O Bosque Me Pregou Uma Peça
Natureza
É uma mãe
Que fará de tudo pra proteger e vingar seu filho
Filho sádico, que se diverte com a caça e com os caminhos confusos do bosque
Mas vou até ela, descobrir seu segredo
Sem angustia, sem medo
Amante perigosa, serena, de tiro certeiro
Na calma da floresta
Onde a vida ainda resta
E o futuro a mãe gesta
O pássaro pelo canto se manifesta
Me encanto com essa música tão honesta
Me leva até um canto
Encontro de aresta
A mata fechada toma conta por enquanto
Mas sua melodia
Me guia
Tão boa que ninguém protesta
Enquanto eu a perseguia
Outros cantos juntos se tornavam uma festa
Em meio a tantas árvores fechadas, aparecia uma fresta
Em meio a natureza, descanso santo
Eu homem, entro e aprecio o recanto
De chão macio, de folhas um manto
Lindo momento vivencio
Coração da mata
Filho vivo da mãe natureza
Primeiro a pisar, minha marca providencio
Minhas iniciais na arvore deixo
E subitamente o canto cessa
E da lugar a um pranto
O sigo como se ele fosse uma promessa
Cada vez mais fundo, cada vez com mais pressa
Quanto mais alto é o lamento, mais me interessa
Até que ele também cessa
Olho para trás, não acho meu caminho, não sei de onde vim
Estou perdido
O bosque me pregou uma peça
De muito mal gosto
Arvores secas
Copas baixas
Não posso mais ver o sol
Galhos tortos me arranham
O silencio, totalmente enlouquecedor
O ar fresco nunca pareceu tão sufocante
A sede a fome
Sem rima
Sem perdão
Estou morto